quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O Vitória em 2009


O técnico Vágner Mancini já tem um número ideal de jogadores para o elenco da próxima temporada. Segundo o treinador, 25 jogadores é o ideal para evitar os problemas que aconteceram no Brasileirão, quando muitos atletas não tiveram oportunidades.

"Para mim, 25 atletas é a quantidade ideal porque se tivermos um elenco muito inchado vai ser complicado colocar todo mundo para jogar. A idéia também é aproveitar os atletas da divisão de base", explicou Vágner Mancini.

No entanto, o problema do clube para 2009 é exatamente o oposto do enfrentado na atual temporada, quando a equipe profissional chegou a ter mais de 30 atletas. O Vitória só renovou os contratos de oito jogadores: - goleiros Viáfara e Gléguer, - zagueiros Anderson Martins e Wallace, - volante Vanderson, - lateral-esquerdo Marcelo Cordeiro, - meia Willans, - atacante Adriano. A diretoria está tentando a renovação do volante Renan, emprestado do São Paulo, e do zagueiro Leonardo Silva, do Palmeiras

Sobre a lista de dispensa, Mancini vai avaliar o desempenho dos atletas ao longo do campeonato e não apenas nos últimos jogos. "Estamos analisando com calma para não sermos injustos", afirmou.

Mancini chegou ao Vitória em março deste ano e assumiu o time no meio do Campeonato Baiano. Em 2009, o treinador terá a oportunidade de iniciar um trabalho dando prosseguimento àquilo que já foi feito no Brasilierão.

Para a próxima temporada, os nomes dos reforços estão sendo analisados pela diretoria com o aval do treinador. Quando questionado sobre o perfil do reforços, Mancini afirma que as características são de acordo com o Vitória. "O perfil dos jogadores não é o do Mancini, e sim do Vitória, um time que joga com bastante velocidade".

Para assumir a vaga aberta por Dinei, os atacantes Trípodi e Osmar chegaram avalizados por Mancini, mas não justificaram a contratação e tiveram poucas oportunidades. Os dois não marcaram um gol sequer com a camisa rubro-negra.

Fonte: UOL Espotes

Capitães da Areia

Quando se fala de menores abandonados e o descaso para com eles das mais diversas classes sociais, aqui na Bahia ou mais especificamente aqui em Salvador é imprescindível não falar de Jorge Amado e “seus” Capitães da Areia. Escritor de renome, tanto no cenário nacional, como no internacional, inclusive, com diversas obras traduzidas em outras línguas, Jorge Amado foi autor também de Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos, Tieta e inúmeros títulos de prestígio e sucesso.

Capitães da Areia relata a história de um grupo de garotos, liderados por Pedro Bala, entre oito e dezesseis anos, que aterrorizavam a cidade com seus atos de ousadia e audácia, na década de trinta. Vivendo num trapiche abandonado, na cidade baixa, próximo ao porto, os garotos, ou melhor, crianças, levavam a vida como adultos, conhecendo a cidade como ninguém, com vida sexual já ativa e tendo nos furtos sua forma de sobrevivência. Aparentemente satisfeitos com a liberdade que possuíam os meninos, a exemplo de Sem-Pernas, conviviam com um grande conflito interno, pois sabiam que levavam a pior das vidas e sentiam falta de uma família, um pai ou uma mãe que os acolhessem e os tratassem bem. Isso fica claro quando, numa certa ocasião, Sem-Pernas, que sempre era enviado às casas, para estudar o local dos prováveis futuros roubos, se passando por um menor carente e bom garoto (o que não era uma mentira), foi acolhido com muito afeto e quase não voltou para o grupo, pois ali recebera um tratamento que nunca tivera. Outro momento que revela os verdadeiros Capitães da Areia e a sua carência de afeto é a inclusão de Dora no grupo, que por alguns instantes fora objeto de desejo sexual, e logo depois passou a ser como uma mãe para aqueles meninos com seu jeito meigo e carinhoso de agir. Nesse episódio do livro, Jorge Amado, toca numa questão muito importante e tenta quebrar um estereótipo, de que menor abandonado não se restringe apenas a “meninos”, mas inclui também “meninas” de rua, que sofrem e convivem com os mesmos problemas.

Fazendo um paralelo com os dias atuais, a gente percebe e tem a noção de quanto à obra de Jorge Amado é contemporânea, uma vez que, muitos dos problemas que ele expõe ou quase todos eles ainda perduram na cidade, sendo que o mais assustador de tudo isso é que eles se multiplicaram, mesmo com o dito “avanço da sociedade” - mas que avanço é esse? Embora o livro tenha sido escrito há quase setenta anos atrás, os problemas nele contextualizados são extremamente atuais, sobretudo, no que diz respeito aos órgãos competentes, como reformatórios, policias e igrejas, que são citados, mas que de competentes não possuem nada. Pelo contrário, só faziam aumentar a revolta dentro daquelas crianças, com falta de assistencialismo e humanidade que se somava ao preconceito de toda população. Hoje, não existem crianças apenas na região da Cidade Baixa, porém em todos os cantos da cidade, para não dizer por todo estado ou por todo o país. Os órgãos que deveriam cuidar dessa triste realidade continuam desorganizados e descomprometidos com a problemática social, a exemplo do governo que parece ter uma venda nos olhos. A sociedade de um modo geral, por sua vez faz de conta que não vê, tratando essas crianças como “bichos” e esquecendo que elas são nada mais, nada menos, do que o reflexo do que somos enquanto civilização. É preciso entender que antes do menor abandonado existe o ser humano e que devem ser tratados como tal. Professor, como todos os Capitães da Areia tinha um talento e precisou de apenas uma chance para se tornar um cidadão de bem, Pedro Bala tinha o talento nato da liderança, já Pirulito tinha forte vocação sacerdotal, enfim eram como diamantes brutos que precisavam ser lapidados.

Hoje, com certeza existem crianças de rua com talentos que só precisam ser trabalhados, evitando que sejam ofuscados pela marginalidade e pelo crime, o que nos trará um grande benefício: cidadãos ao invés de bandidos. Destarte, é mais correto dizer que os Capitães da Areia não são somente de Jorge Amado, no entanto “nossos”, porque este é um problema que perpassa por toda sociedade e que a sua solução ou para os menos otimistas, amenização, depende única e exclusivamente de como respondemos e lidamos com os vários Pedros Bala, Sem-Pernas, Pirulitos, Gatos, Professores, Joãos-Grande, Doras, etc.

Esta é uma excelente obra, e que trata de um assunto seriíssimo. Entretanto, qualquer pessoa pode ler a história, principalmente estudantes de Ciências Sociais, pois nos permite uma ampla reflexão e discussão do assunto. Além disso, vale ressaltar a marca registrada de Jorge Amado: uma linguagem fácil e acessível, que ajuda muito no entendimento da história e faz com que o leitor se identifique com a obra.

Piedade: a praça dos aposentados

Aparentemente seria um dia como outro qualquer na Praça da Piedade, localizada no Centro de Salvador. Era por volta das 3 h da tarde, temperatura amena, com movimento típico do local, muitos carros circulando nas ruas e pessoas que a todo o momento passavam de um lado para o outro - o retrato comum de um dos locais mais agitados da cidade. No entanto, na Praça, local quase que sagrado para os encontros dos aposentados, acontecia uma manifestação de professores da rede pública de ensino, que paralisaram suas atividades simultaneamente por 24 h em todo o país, com a finalidade de reivindicar aumento do piso salarial da categoria. Embora o movimento fosse atípico, no local, como era de se esperar, lá estavam os “aposentados da piedade” reunidos e acompanhando todo o acontecimento.
No início da conversa com eles, muitos se mostraram desconfiados com a minha presença, se recusando a falar o nome, idade ou local onde morava. Contudo aproximo-me com mais calma de um deles, e puxo conversa sobre a manifestação feita pelos professores, além de perguntar o que ele achava da situação. De pronto Lírio Lucas da Costa, de 65 anos me respondeu que era a favor da manifestação, pois para ele o salário dos professores no Brasil é vergonhoso. Costa, que mora no Hotel Bela Vista, no bairro da Barroquinha, freqüenta a praça desde 1967, confirmando que o costume de se reunir no local vem de muitos anos. Ele diz que o atrativo da praça é o encontro e a conversa com os amigos: “o principal passatempo é o bate-papo para colocar as conversas em dia”, conta. Para ele a classe dos aposentados é uma das mais sofridas da sociedade brasileira, com pouca assistência cedida pelo governo seguido de um baixo benefício financeiro: “... o cidadão de um modo geral tem respeito conosco, mas o governo que deveria nos dar maior apoio nos trata com muito descaso”, finaliza.
Aos poucos vou me inteirando com o grupo e ganhando a confiança de cada um deles. José Afonso Sena é um exemplo. Aos 94 anos, ele é o mais velho do grupo a freqüentar a praça e muito embora a idade seja avançada, o seu espírito é bastante juvenil. Muito bem vestido com calça e camisa sociais e usando uma boina cinza, ele conta que quase todos os dias, sai de sua casa, em Nazaré, na região da Mouraria, com destino a Praça da Piedade. Preferencialmente à tarde, a cerca de seis anos ele se encontra com os amigos, onde aprecia a conversar e distrai a mente observando o movimento complexo do centro da cidade. Quando o pergunto sobre a maneira como o governo e a sociedade lida com os idosos no Brasil, ele baixa o rosto marcado pelo tempo e responde: “não é boa, o desrespeito é grande e o salário é pouco, por isso sobrevivo com a ajuda dos meus filhos”, afirma.
Antonieta Santos, de 75 anos, a única mulher que estava presente no grupo tem, além da conversa, um atrativo a mais no centro da cidade. Ela que mora no Engenho Velho da Federação, freqüenta a praça a mais de sete anos e aproveita para ir à feirinha próxima do local para fazer algumas compras, sobretudo de frutas. Por esse motivo ela diz que geralmente vai à praça pela manhã, passa cerca de 2h observando o grande movimento de pessoas e depois retorna para casa, onde faz o que mais gosta: assiste televisão. Sobre a atual situação dos idosos, ela fala que hoje já não se tem mais o respeito de antes, a exemplo dos ônibus onde diz conviver com o descaso tanto de motoristas como de passageiros. Sobre a pensão que recebe ela ratifica: ”é uma micharia e mal dá para fazer alguma coisa”.

A realidade social

O Brasil enfrenta hoje, um período de muitas conturbações. São vários os problemas econômicos e sociais que envolvem os campos da saúde, mercado de trabalho e educacional. Dentre todos esses problemas, a questão do idoso brasileiro é um de difícil solução, o qual vem sendo um grande desafio.
O envelhecimento pode ser compreendido como um processo natural ao longo da vida, mas a idéia pré-concebida sobre a velhice aponta para uma etapa que pode ser caracterizada pela decadência física e principalmente pela ausência de papéis sociais. Segundo dados da Previdência Social, os idosos no Brasil ultrapassam os 15 milhões, correspondendo a 8,6% da população total do país. Na Bahia, de acordo com o IBGE são mais de 1,2 milhões de idosos com idade superior a 60 anos, o que representa cerca de 9,1% de toda a população do estado. Os números revelam que o brasileiro tem vivido mais, porém diferentemente de outras nações, como Japão, China e Equador os idosos não são tratados como símbolo de sabedoria para os mais jovens ou com respeito superior, como acontece também entre comunidades indígenas.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Igreja do Pilar: Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico em estado de abandono

Fechada há mais de uma década, a igreja não funciona por causa de problemas em suas dependências.


Igreja de Nossa Senhora do Pilar, popularmente conhecida como Igreja de Santa Luzia, localizada na Rua do Pilar, Comércio, há mais de dez anos não tem missas realizadas em suas dependências, devido ao desabamento de uma cimalha (adorno artístico de acabamento do forro). Por conta de problemas em sua estrutura física, a igreja que data do século XVII, quando aqui se instalou a Irmandade do Pilar, tem hoje a missa solene em comemoração ao dia de Santa Luzia (protetora das vistas) realizada do lado de fora, já que a quantidade maciça dos fiéis não seria suportada, no interior da capela.

O estado em que se encontra a fachada do local, revela por si, o abandono pelo qual a igreja passa, mas dificilmente a arquidiocese e os órgãos públicos responsáveis pelo tombamento de edificações e seus acervos artísticos, como o Iphan (Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) dispõe de verbas para obras de restauração de tal magnitude. Segundo a representante da Irmandade de Nossa Senhora do Pilar, Marlene Marques, uma planilha de custos feita pelo Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural) em 2005, revelou que para restauração apenas do forro da nave, deve-se gastar cerca de R$150 mil. “Os fiéis e devotos, juntos com a irmandade clamam por uma ajuda, porque nem condições de fazer um projeto de reforma nós temos, pois ele custaria no mínimo entre R$10 a R$20 mil”, diz.

Foto: André Freire


É na Igreja do Pilar que acontece todos os anos no dia 13 de Dezembro a festa de Santa Luzia, onde uma verdadeira multidão de pessoas, embuídas de fé lavam os olhos na fonte milagrosa. É o caso de dona Marília Santana, 54 anos, e devota desde sua mocidade. Para ela as homenagens à santa não podem faltar. São como uma retribuição pela graça alcançada por sua filha, que quando ainda pequena possuía um sério problema nas vistas. E comenta: “É uma pena ver a igreja no estado em que está”.
Construída em feições neoclassizantes, apresentando ainda características do rococó e torre lateral com terminação a Mansard destaca-se no interior da igreja a talha neoclássica presente no altar. As inúmeras pinturas em tela, atribuídas a José Joaquim da Rocha, no século XVIII e todo o acervo artístico e cultural sacro do templo foi colocado no Museu de Arte Sacra, desde o incidente ocorrido com a cimalha. Como complemento do acervo artístico e arquitetônico do local existem ainda as pinturas do forro da nave central, que são atribuídas a José Teófilo de Jesus, além de um cemitério edificado em 1799, que fica ao lado da igreja.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cenários e tendências do jornalismo

Introdução

Quando pensamos na questão: “Qual o papel do jornalista?”, podemos responder com certeza que a principal delas é informar a sociedade a respeito dos acontecimentos e fatos ocorridos, sobretudo quando estes são de interesse público. Entretanto, no século XXI, com o advento das novas tecnologias, novas formas de mídia e a supremacia da informatização, o jornalista além de se deter a informar, têm também que saber dominar essas “novidades” que permeiam a profissão.

Breve Histórico

O nascimento da Imprensa nos moldes que temos hoje se deu com a emergência da burguesia e, se consolidou com os aperfeiçoamentos de Gutemberg, juntamente com a visão capitalista da classe, através da qual surgiram organizações que se encarregavam, a partir de então, pela produção jornalística.
Já naquela época o jornalismo enfrentava suas dificuldades, a exemplo da censura por parte da Igreja e do Estado. Teoricamente essa barreira foi vencida, embora algumas situações atuais relembrem o que ocorria no passado. O jornalismo, no entanto, continuou a se desenvolver e ganhar novos rumos, transformando-se de simples difusor de opinião “neutra”, como cita a professora de comunicação social Ruth Reis no seu texto Jornalismo: cenários e tendências, a um complexo campo do conhecimento, ainda no século XIX. “(...) os jornais ingressaram num modelo de financiamento que tirava dos ombros dos seus assinantes o ônus da sobrevivência.” A notícia virava então mercadoria, produto e precisava ter uma normatização mais rigorosa.
Esse novo rumo deu margem às escolas de comunicação para formar jornalistas, algo antes inexistente. Nelas técnicas de pesquisa e narrativa passaram a ser ensinadas, para que começava na profissão e foram importantes para o fortalecimento da figura do jornalista, já que antes a atividade era praticada por aqueles que se achavam aptos para tal.

Qual rumo será tomado?

As mudanças ao longo dos anos foram muitas e como cita Ricardo Noblat, em seu livro “A arte de fazer um jornal diário”, o jornalista que quis se manter teve que se atualizar, aprender a dominar novas tecnologias. Hoje o ciberespaço cresce cada vez mais e se configura como o substituto das tradicionais mídias, até porque a sociedade em que vivemos atualmente é a da hiperinformação, onde os fatos acontecem numa velocidade acelerada, as pessoas se interessam por vários assuntos diferentes e, no entanto, não possuem tempo para se manter na frente de uma televisão ou lendo um jornal. Enfim, buscam uma meio que se ajuste ao seu estilo de vida e se deparam com a Internet (não quero aqui ser um defensor), que consegue comportar essas características.
Qual seria então a função do jornalista nesse novo século? Levando em consideração que com as novas formas de mídia, com destaque para a Internet, a informação fica disponível a todos que a ela tem acesso, o jornalista parece de fato perder a força, uma vez que, qualquer um pode colher a informação e lança-la na rede. Todavia, um fator importantíssimo na relação jornalismo e sociedade é a confiança, além da credibilidade que o jornalista alcança perante o público. Sendo assim, ainda que a informação se torne cada vez mais de fácil acesso, a população de maneira geral ainda buscará aquele veículo que tem legado ou bagagem suficiente para informar determinado assunto. Cabe, por tanto, ao jornalista se especializar, se atualizar e se interessar pelos novos aparatos tecnológicos, pois o seu papel não mudou. O que tem mudado são suas ferramentas, mas sua principal função (creio eu), continua sendo a de informar a população aquilo que lhe é de interesse, sempre com compromisso com a verdade e respeitando os códigos da profissão.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Caco Barcellos faz palestra na UFBA

A última quarta-feira (22/10) foi marcada pelo encontro entre estudantes e o repórter e apresentador do programa Profissão Repórter, da Rede Globo de Televisão Caco Barcellos. A palestra que contava na sua maioria com a presença de estudantes do curso de jornalismo, com algumas exceções é claro, aconteceu no salão central da reitoria da Universidade Federal da Bahia – UFBA, no bairro do Canela.
O tema desenvolvido foi a Cultura da Violência, através do qual, Barcellos apresentou números e estatísticas que mostram uma violência praticada na sua grande maioria por pessoas teoricamente “comuns”, a exemplo dos casos mostrados pela mídia envolvendo Pimenta Neves, Alexandre Nardoni e mais recentemente de Lindemberg Alves. Segundo Barcellos apenas 2% dos crimes de morte praticados nas grandes cidades do país, são cometidos pelos bandidos. E os outros 98% ? Estes são atribuídos a pessoas que convivem normalmente em sociedade, mas pelo fato da violência ser algo já enraizado na nossa cultura, não nos damos conta do quanto que matamos, no trânsito, por exemplo ou por outro motivo qualquer, como ciúme, nervosismo, intolerância, etc.
O evento realizado pela Produtora Jr., empresa júnior de comunicação da UFBA, em parceria com a Souza Cruz contou ainda com a presença das professoras da Faculdade de Comunicação da UFBA (FACOM) Malu Fontes e Heloísa Gerbasi, além da gerente de Responsabilidade Social da Souza Cruz, Simone Veltri, que deram as boas vindas aos participantes.
Apesar do atraso, por conta de problemas no vôo de Caco Barcellos (o evento estava previsto para começar as 19h30, mas só foi iniciado de fato quase 20h30), o encontro foi válido, não somente pela simpatia do convidado especial, que pediu desculpas pela demora, mas também pela capacidade apresentada por ele de conduzir a platéia de forma bastante natural, apresentando novas perspectivas e fazendo críticas pertinentes a respeito do assunto proposto.

domingo, 19 de outubro de 2008

Eleições em Salvador



O dia 5 de outubro desse ano foi marcado pelas eleições municipais em todo país. Em Salvador, desde sábado, dia que antecedeu a votação, o que mais se viu foram carreatas, panfletagens e campanhas corpo à corpo. Eram os candidatos apostando suas últimas fichas, para ver quem sairia vitorioso. Na região metropolitana, mais especificamente em Itinga, em proporções bem menores, porém não menos barulhenta e suja a campanha também era bastante agitada, sobretudo entre os candidatos à prefeitura de Lauro de Freitas, Roberto Muniz (PP) e Moema (PT).
Voltando à Salvador, os eleitores tiveram um universo de candidatos para fazerem suas escolhas. Só entre os vereadores foram mais de 1600 candidatos, além dos cinco que disputaram a prefeitura. A preferência pelos vereadores variava de acordo com os bairros. Em Cajazeiras, por exemplo, as opções em variadas, porém notava-se uma leve vantagem dos candidatos à Câmara Municipal, Alfredo Mangueira (PMDB), Jorge Jambeiro (PSDB) e Sidelvan Nóbrega (PRB). Entre os prefeitos, no entanto, notava-se que a disputa seria acirrada. Os eleitores se dividiam, principalmente entre João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT).
Como já era de se esperar, no caminho que dava acesso aos principais colégios eleitorais da região muita “boca de urna” e ninguém para fiscalizar. Em determinados pontos a aglomeração era tão grande que o tráfego, tanto de carros como de pedestres se tornou lento. Muita gente preferiu votar cedo, como a dona-de-casa Dalva Silva. Segundo ela a vantagem de se votar logo pela manhã é que além de evitar as grandes filas, o eleitor não passa os transtornos de deixar o voto para o final do dia.
Entretanto, para algumas pessoas, como o mesário Antonio Carlos Dias, que exerce a função desde as eleições de 2002, o movimento ainda era fraco diante do eleitorado do bairro. “A gente sabe que sempre tem aqueles que deixam pra fazer tudo em cima da hora. Já é natural do brasileiro.”, comentou. Confirmando a opinião de Carlos, de acordo com a policia militar, que estava fazendo a ronda no local, o fluxo de eleitores a tarde, provavelmente seria muito maior. Mas não foi o que se viu. Próximo das 17h, horário estabelecido para término das votações, as seções estavam tranqüilas e ruas sem aglomerações. Para a vendedora ambulante Carmen Santos, que esteve presente durante todo o dia em frente o Colégio Estadual Dona Leonor Calmon, situado na Fazenda Grande II, a população se dividiu bem. “Houve movimento durante todo o dia, tanto que a mercadoria que trouxe vendi praticamente toda.”, informa.
Encerrada a votação, foi possível ver muitas pessoas comentarem suas preferência como os possíveis vencedores, mas no fundo notava-se uma expectativa para saber, de fato quem foram os candidatos mais votados. Por volta das 23h o site Yahoo Eleições divulgava que entre os vereadores mais votados estava Alan Sanches (PMDB), Sidelvan Nóbrega (PRB) e para a surpresa de muita gente, Alecsandro de Souza Santos (PR), ou melhor, Leo Kret do Brasil. Na corrida pela prefeitura João Henrique (PMDB) liderava a disputa com mais de 402 mil votos computados, seguido de Walter Pinheiro (PT) com quase 391 mil votos, ACM Neto (DEM) com pouco mais de 345 mil votos, além de Antonio Imbassahy (PSDB) e Hilton Coelho (PSOL), que juntos não somavam nem 160 mil votos.
A apuração revelou, sem dúvida, uma eleição muito disputada entre os candidatos a prefeito, se comparada a outras cidades do país. Refletindo esse equilíbrio João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) irão para o segundo turno e terão mais alguns dias para adquirir a preferência de uma outra parte do eleitorado, a fim de conquistar o troféu dessas eleições, que mais parece um campeonato: a cidade do Salvador.

sábado, 27 de setembro de 2008

Desvantagens do Biodiesel:

  • Não se sabe ao certo como o mercado irá assimilar a grande quantidade de glicerina obtida como subproduto da produção do biodiesel (entre 5 e 10% do produto bruto). A queima parcial da glicerina gera acroleína, produto suspeito de ser cancerígeno.
  • No Brasil e na Ásia, lavouras de soja e dendê, cujos óleos são fontes potencialmente importantes de biodiesel, estão invadindo florestas tropicais que são importantes bolsões de biodiversidade. Embora no Brasil, muitas lavouras não serem ainda utilizadas para a produção de biodiesel, essa preocupação deve ser considerada.
  • A produção intensiva da matéria-prima de origem vegetal leva a um esgotamento das capacidades do solo, o que pode ocasionar a destruição da fauna e flora, aumentando portanto o risco de erradicação de espécies
  • O balanço de CO2 do biodiesel não é neutro se for levado em conta a energia necessária à sua produção, mesmo que as plantas busquem o carbono à atmosfera: é preciso ter em conta a energia necessária para a produção de adubos, para a locomoção das máquinas agrícolas, para a irrigação, para o armazenamento e transporte dos produtos.
  • Cogita-se a que poderá haver uma subida nos preços dos alimentos, ocasionada pelo aumento da demanda de matéria-prima para a produção de biodiesel. Como exemplo, pode-se citar alguns fatos ocorridos em Portugal, no início de Julho de 2007, quando o milho era vendido a 200 euros por tonelada (152 em Julho de 2006), a cevada a 187 (contra 127), o trigo a 202 (137 em Julho de 2006) e o bagaço de soja a 234 (contra 178).


Fonte: Wikipédia

Vantagens do Biodiesel:

  • É energia renovável. As terras cultiváveis podem produzir uma enorme variedade de oleaginosas como fonte de matéria-prima para o biodiesel.
  • É constituído por carbono neutro, ou seja, o combustível tem origem renovável ao invés da fóssil. Desta forma, sua obtenção e queima não contribuem para o aumento das emissões de CO2 na atmosfera, zerando assim o balanço de massa entre emissão de gases dos veículos e absorção dos mesmos pelas plantas.
  • Contribui para a geração de empregos no setor primário. Com isso, evita o êxodo do trabalhador no campo, reduzindo o inchaço das grandes cidades e favorecendo o ciclo da economia auto-sustentável essencial para a autonomia do país.
  • Com a incidência de petróleo em poços cada vez mais profundos, muito dinheiro esta sendo gasto na sua prospecção, o que torna cada vez mais onerosa a exploração e refino das riquezas naturais do subsolo, havendo então a necessidade de se explorar os recursos da superfície, abrindo assim um novo nicho de mercado, e uma nova oportunidade de uma aposta estratégica no sector primário.
  • Nenhuma modificação nos atuais motores do tipo ciclo diesel faz-se necessária para misturas de biodiesel com diesel de até 20%, sendo que percentuais acima de 20% requerem avaliações mais elaboradas do desempenho do motor.


Fontes:

Wikipédia e MMA - www.biodiesel.gov.br

Testes revelam toxicidade no biodiesel


André L. S. Freire


Testes realizados pela bióloga Andréa Cristina Santos da Cruz, em parceria com Laboratório de Biomonitoramento e Biologia Marinha – IBIO da Universidade Federal da Bahia revelam que diferentes tipos de biodiesel podem ser nocivos pela toxicidade que apresentam. No estudo foram utilizados como organismos teste o peixe Oreochromis niloticus, popularmente conhecido como tilápia. De acordo com o resultado, dentre as formulações analisadas, a amostra contendo biodiesel de mamona, foi a mais tóxica, seguida das amostras de OGR (óleos e gorduras residuais) e de dendê, quando comparadas ao controle.

A pesquisadora explica que no procedimento adotado, as amostras de biodiesel foram diluídas em água na proporção de um para nove e agitadas por cerca de 20 horas, com o objetivo de simular, ainda que de maneira remota, o que ocorre em ambientes naturais, quando derramamentos de substâncias químicas acontecem, causando grandes desastres ecológicos. Dando prosseguimento aos testes, as tilápias foram submetidas a 10% das diferentes frações solúveis em água (FSA) de cada tipo de biodiesel por cerca de 24 horas. Isso significa dizer que em aquários com capacidade para 4L cada, 400 ml eram constituídas por essa fração solúvel e os 3600 ml restantes eram compostas por água doce. Após as 24 horas de exposição, os peixes foram mortos e os fígados retirados, para que através da análise da Fosfatase ácida como biomarcador bioquímico fossem identificados indícios de contaminação no órgão do animal.
Andréa Cruz explica que, a Fosfatase ácida é uma enzima intralisossômica (proteínas especializadas em catalisar (acelerar) reações biológicas, ou seja aumentam a velocidade de uma reação química sem interferir no processo), através da qual se pode comprovar uma possível toxicidade mediante a evidência do grau de fragilidade da membrana lisossômica. “Quando substâncias exógenas com comprovada ação tóxica atuam sobre esta membrana, fragilizando-a, pode ocorrer ruptura e o conteúdo enzimático que apresenta pH ácido é liberado para seu exterior, que é caracterizado por apresentar pH alcalino, comprometendo assim, a sobrevivência da célula”, complementa.
Para a bióloga, que é mestre em Ecologia e Biomonitoramento e especializada em testes de toxicidade, os biomarcadores são instrumentos básicos para a avaliação de riscos, em vista das muitas vantagens decorrentes de seu uso na prevenção de poluição: possibilitam respostas biológicas à exposição em curto prazo; os custos de análise são baixos em relação a técnicas convencionais indicativas da exposição a poluentes; são bastante sensíveis à presença de determinados poluentes e permitem, na maioria dos casos, o uso de técnicas não invasivas. Ela chama a atenção ainda para o fato de que a detecção prévia desse estresse fornece subsídios ecotoxicológicos para ações de controle, antes que severas mudanças atinjam a dinâmica do ecossistema.
Os testes que contam também com o apoio da Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC) e do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) se estenderam às ostras e aos ouriços. No caso das ostras o número elevado de deformação no formato, que comumente é semelhante a letra “D” geraram o indício de contaminação. Já no ouriço o indicativo da alteração foi o desenvolvimento das pernas, no qual algumas cresceram mais do que o observado naturalmente.
Em relação a como esse índice de toxicidade pode atrapalhar a aceitação do biodiesel, o gerente de posto Flávio Fernandes de Souza, que trabalha na área a mais de 15 anos, diz que por se tratar de um trabalho desenvolvido com a fração solúvel do biodiesel e não com o elemento puro, não sabe como essa toxicidade seria assimilada pelo mercado, mas salienta que de qualquer forma o biodiesel ainda é menos tóxico (independente da sua toxicidade), que os combustíveis de origem fóssil. Contudo, a professora de biologia, Alta Ribeiro, salienta que, essa fração solúvel, dependendo da toxicidade apresentada pode sim prejudicar o meio ambiente e consequentemente ao homem, principalmente se avaliarmos os locais onde esses produtos (ou subprodutos) são lançados.
Hoje, de acordo com o programa brasileiro PROBIODIESEL, regulamentado pela Portaria MCT 702 de 30 de Outubro de 2002, 2% de biodiesel já são misturados aos combustíveis fósseis. Essa medida que vigora desde o ano passado, devera ser alterada, pois se estimula que até 2013 essa fração deva aumentar para 5%. A mistura constituída de 5% de biodiesel e de 95% de petrodiesel já é denominada B5 e deverá trazer uma série de vantagens para a economia do país, reduzindo as importações de petrodiesel em 33%. Atualmente o Brasil importa aproximadamente 15% do petrodiesel necessário para a movimentação da sua frota de transporte. Essas importações são responsáveis pela remessa de divisas equivalentes a US$ 1,2 bilhão e o emprego do B5, de acordo com especialistas, representará uma economia de US$ 400 milhões para o país. Além do benefício para a balança de pagamentos com a conseqüente redução das importações, o país deverá incrementar a sua produção agrícola (produção de soja, girassol, e outras oleaginosas, além da cana de açúcar) e incentivar novos investimentos no setor industrial, causando desta maneira uma mudança significativa na geração de novos empregos.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Velocidade e precisão da informação no Webjornalismo

Com o objetivo de estudar a relação entre a velocidade e precisão na atividade jornalística, foi que o mestre em comunicação e informação, Demétrio de Azeredo Soster, desenvolveu seu artigo: A Relação entre Velocidade e Precisão em Webjornalismo. Neste trabalho, Soster, define como objeto de estudo, o site UOL Eleições 2002, por se tratar de uma empresa de grande relevância no mercado da Internet do país e por conta do final do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil.
O autor faz um estudo detalhado das matérias publicadas no link do UOL e analisa 551 textos, dos quais, 468 foram utilizadas na pesquisa por apresentarem algum tipo de problema. Destes, os erros mais comuns que foram encontrados se referem a ruídos de linguagem, como falta de acentuação ou erro de digitação, imprecisão jornalística e redundância. De acordo com Soster, esta última pode ser classificada como primária, quando toda a matéria se repete, secundária, quando ocorre repetição de títulos ou textos e terciária, quando ocorre adaptação ainda que parcial de textos já publicados.
Após a apresentação do embasamento teórico é constatado que, tanto na editoria de Últimas Notícias, enquanto na editoria Cobertura Cotidiana a incidência de erros é parecida em termos de números. Porém, alguns erros citados no trabalho colocam a atividade jornalística e seus critérios de desenvolvimento em segundo plano. A esse respeito, Soster cita um texto publicado no dia 06 de outubro de 2002, que trazia no título a informação de o voto do ex-presidente Fernando Collor de Mello seria para Lula, entretanto, no corpo do texto, Soster diz que as informações davam conta de que o voto de Collor seria para Ciro Gomes. Além desse, outros exemplos de erro de concordância, regência e ausência de palavras, que dificultavam o entendimento do texto, são apresentados. Para o autor a quantidade e diversidade de erros são tão grandes que ele cita: “Os dados levantados sugerem a existência de um paradoxo: quando o assunto é webjornalismo, errar parece ser a regra”.
Os erros, é claro, não estão isentos de existência na atividade jornalística, porém são preocupantes à medida que afetam de forma contundente aquilo que o jornalismo construiu ao longo de muito tempo, que é a credibilidade da informação. Soster apresenta dados que constatam que a quantidade de erros estariam relacionados principalmente ao fato de manter o site atualizado em quantidade de matérias, do que com a qualidade das mesmas.
Enfim, os resultados da pesquisa sugerem que, de fato, o jornalismo está diante de um novo tempo e lembram que durante décadas, com o objetivo de abranger o maior número possível de leitores, a profissão desenvolveu mecanismos que se tornaram indispensáveis para se consolidar e atingir seus objetivos. Soster destaca, no entanto que a situação se complica à medida que, ao possibilitar a existência de erros e imprecisões, a velocidade, hoje tão cobrada, até mesmo pelo novo perfil de leitor, acaba por gerar um ambiente que relega a um segundo plano justamente o que vinha alimentando sua credibilidade: o rigor na informação.

André L S Freire.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Por que o estudo do jornalismo é considerado tão importante?

A busca pela comunicação caminha com o homem desde os primórdios de sua existência. Ainda que de forma bastante limitada – linguagem não verbal no período Neolítico – a comunicação já se instituía como algo de suma importância para a humanidade, pois através dela circulava a informação.

Com a aquisição da fala pelo Homo-Sapiens, e posteriormente com a sistematização de um alfabeto, a comunicação se fortaleceu e consequentemente, a informação ganhou novas formas de circular e ser difundida. A produção cotidiana de conhecimento, os relatos orais e a invenção dos tipos móveis possibilitaram o surgimento de uma profissão que se encarregasse do ofício de informar a sociedade: o jornalismo. Houve, portanto, uma impulsão na imprensa periódica e uma consolidação da figura do jornalista.

Entretanto, o jornalismo não se limitou a apenas relatar e divulgar os fatos, que são considerados de interesse público. Tornou-se, na verdade, um universo muito mais complexo e carregado de subjetividades, no qual a informação passou a ser sinônimo de conhecimento e poder. Paralelamente a isso e impulsionado pelo impacto da mídia sobre os indivíduos, muitas correntes teóricas surgiram e se prestaram a estudar o jornalismo, a exemplo da Escola de Frankfurt, com o fenômeno da Indústria Cultural, fazendo referência aos grandes meios de comunicação. Nessa corrente se desenvolveu uma visão pessimista a respeito do impacto causado pela mídia sobre a população, uma vez que segundo Adorno e Horkheimer, informar se tornou uma complexa indústria a favor de interesses econômicos, políticos e sociais de grupos restritos, fortalecendo um sistema de dependência cada vez maior do público para com os meios de comunicação.

Todavia, os estudos não se restringiram aos conteúdos referentes aos impactos ocasionados pela mídia sobre a massa, mas se estenderam também aos processos de produção das mensagens jornalísticas e as questões, as quais os jornalistas são expostos ao produzi-las. Teorias como a do Gatekeeper, Teoria Organizacional, Teoria Instrumentista, entre outras, buscaram entender porque as notícias são como são e sistematizar o jornalismo como um campo específico do conhecimento. Contudo, ainda há divergências a respeito dessa sistematização, pois para alguns teóricos ainda não se tem conhecimento suficiente para tal.

Destarte, o mais correto a fazer é um contínuo estudo, a fim de se reunir informações que coloquem o jornalismo ao nível de ciência e acabem as especulações. Além disso, se faz mais do que necessário o estudo, pesquisas e discussões no campo jornalístico, pelo fato de que ele pode ser melhor conduzido e aplicado numa sociedade cada vez maior e mais complexa.

Enquanto isso, acredito que os jornalistas precisão refletir mais sobre o papel que desempenham na sociedade, até porque o jornalismo é uma das profissões mais criticadas da atualidade, por conta, principalmente, dos conflitos de interesses, onde forças e objetivos alheios se sobrepõem ao direito imprescindível de informar. Mais do que, apenas formular teorias a respeito desse campo, os profissionais envovidos nos proscessos de produção das notícias precisam dar mais ênfase a transparência e a credibilidade da profissão, pois como diz Eugênio Bucci, no seu livro Sobre Ética e Imprensa, um equívoco muito grande é cometido, inclusive por jornalistas, ao se pensar que a publicidade ou qualquer outro interesse seja o mais importante para se manter um jornal, quando na verdade o que tem se configurado como a força de um veículo de comunicação é a credibilidade e a relação de confiança que este desenvolve com o seu público.

Resenha: Janela da Alma

Dos renomados diretores, Walter Carvalho (Madame Satã / Abril Despedaçado) e João Jardim o filme Janela da Alma é um interessante convite ao telespectador a respeito de que o processo de percepção das coisas não se dá apenas através da visão, mas vai muito alem disso. Lançado em 2002, pela Europa Filmes, em gênero de documentário, o filme apresenta dezenove depoimentos dentre esses, alguns de famosos como o do prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermento Pascoal, o cineasta Wim Wenders e a atriz Marieta Severo.

Todos os participantes do filme possuem uma deficiência visual variando da miopia à cegueira total, sendo que um dos depoimentos mais interessantes e humanos é o do vereador do PT (Partido dos Trabalhadores), Arnaldo Godoy, que é cego e sua filha, Mariana Godoy. Ambos falam da sua experiência de vida no convívio com a deficiência. Arnaldo da maneira como se adaptou, uma vez que, ainda criança perdeu a visão por conta de uma doença e sua filha da forma como lidou com uma pessoa cega. De acordo com Madalena, embora existissem as dificuldades ela nunca encarou a cegueira total do pai como um problema. Pelo contrário, ele era motivo de orgulho e admiração para ela, pois apesar da falta de visão sempre levou uma vida sem repressões.

Outro ponto forte do documentário é a participação do fotógrafo franco-esloveno, Eugen Bavcar, que também é cego, mas que, no entanto, consegue fazer belas fotos com o auxilio do tato, da imaginação e da audição. Prova disso, foram as fotos da sobrinha apresentadas por ele. Na ocasião ela corria pelo campo com um pequeno sino em mãos, ele orientado pelo barulho produzido pelo chacoalhar do sino se orientava e conseguiu lindas fotos em movimento, provando então que a audição, alem da visão é uma outra forma de sentir e perceber o mundo.

Enfim, no filme os diretores propõem uma profunda reflexão sobre o olhar, como ele se dá e mais: será que o fato de enxergar garante-nos a real percepção das coisas e o êxito na vida? Talvez não. Todos os depoentes do filme possuem uma deficiência, ainda que total, porém são todos bem sucedidos em suas carreiras. Com um título que remete-nos o centro das emoções e sentimentos humanos, que é a alma fica a seguinte conclusão: se os olhos são a janela da alma, devemos realmente olhar para essa janela com outros olhos, mas esses olhos podem variar de uma pessoa para outra de acordo com a sua deficiência ou sensibilidade.

JANELA da Alma. Direção: João Jardim e Walter Carvalho. Intérpretes: José Saramago, Wim Wenders, Paulo Cezar Lopes, Agnes Varda, Marieta Severo, João Ubaldo Ribeiro, Walter Lima Jr., Arnaldo Godoy, Eugen Bavcar e outros. Brasil: Europa Filmes, 2002. 1 DVD (73 min).

Fib promove palestra com Domingos Meirelles




André L S Freire

“Definir-se como profissional e escolher de quer lado ficar, dos opressores ou dos oprimidos”. Essas foram umas das primeiras palavras do jornalista e apresentador do programa Linha Direta, da Rede Globo de Televisão, Domingos Meirelles durante a palestra intitulada Mídia e Violência, que ocorreu na última terça-feira (27), no Fiesta Bahia Hotel, em Salvador.

O evento que foi organizado pela FIB Centro Universitário da Bahia, contou com a presença de vários alunos e professores do curso de jornalismo, que lotaram o auditório do primeiro andar. Estiveram presentes também o reitor da FIB doutor Nelson Cerqueira e o professor Paulo Leandro, coordenador do curso e que foi um dos idealizadores do evento.

Durante a palestra, Domingos Meirelles contou um pouco da sua trajetória na profissão, desde quando era vendedor de máquinas de escrever e ingressou no jornal carioca Última Hora, até sua chegada a Rede Globo de televisão, onde segundo ele foi mal recebido e teve que quebrar muitos dogmas que permeavam a atividade no veículo, a exemplo da utilização de barba e o fato de não ter origem, nem conhecimento aprofundado, até então, em televisão. “Fui recebido de uma forma hostil, de uma forma que jamais me esquecerei”, acrescentou.

Voltando-se para o tema Mídia e Violência, Meirelles destacou que as críticas sobre como a mídia trata o assunto perante a sociedade não são recentes, mas existem desde a época imperial, quando Dom Pedro I já acusava a impressa de estimular o crime ao relatar em suas páginas suicídios e homicídios, ocorridos na cidade do Rio de Janeiro. Contudo, ele complementou falando que o assunto tem uma dimensão muito grande e que cada caso tem suas próprias características, ou seja, a mídia de fato pode ser um veículo a serviço do mal, embora esse não seja o seu objetivo. Ele comprova isso contando um episódio ocorrido na Rede Globo, em 1994, em que uma matéria que visava mostrar a fragilidade na blindagem dos carros transportadores de valores, conhecidos como “carros-fortes” acabou despertando os bandidos e gerando por tanto, uma onda de assaltos a esse tipo de veículos, jamais vista antes no país. Meirelles complementa, então falando que definir o que pode servir ou não ao crime é uma responsabilidade muito grande, diante da dinâmica da profissão, onde em muitas situações é definido se uma matéria vai ao ar ou não em questão de segundos. “É preciso ter uma percepção, uma sensibilidade quase extra-sensorial, uma delicadeza de sentimentos para saber detectar se aquela matéria informa mais a sociedade ou se aquela matéria tem interesse imediato do mundo do crime”, concluiu.

Na saída, os interessados tiveram ainda a oportunidade de ter um contato mais próximo com Domingos Meirelles, tirar fotos, além de adquirir um dos livros escritos por ele, a exemplo de As noites das grandes fogueiras e 1930: os Órfãos da Revolução, obra que fala sobre a conspiração que deu origem à Revolução de 1930

A palestra durou cerca de 1h 40 e dividiu opiniões, quanto à discussão do tema proposto. Ao término, alguns acharam ter fugido totalmente ao assunto, enquanto outros se mostraram satisfeitos com o evento. Para o estudante de jornalismo Osvaldo Marques, embora vários outros assuntos tenham sido abordados, o tema foi explicado com clareza e objetividade, além de destacar que só o fato de se tratar de um jornalista de renome já tornou a palestra significava. Entretanto, para Everaldo Santos, estudante do 4º de jornalismo, o evento teve mais o caráter de auto-promoção, uma vez que, Meirelles contou muitas histórias vivenciadas por ele, na profissão, e se ateu pouco ao tema mídia e violência.

Procurado logo após a palestra, o coordenador Paulo Leandro, disse que o evento atendeu suas expectativas e quando questionado sobre a importância desse tipo de conferência para o alunado, ele ressaltou que o objetivo era sair um pouco da ilha acadêmica para ter um contato com um profissional que tivesse uma vasta experiência na área jornalística. E concluiu dizendo que independente de qualquer coisa o foco maior era: “(...)tentar abrir para o mundo exterior e conhecer um jornalista de “carne e osso”, com uma carreira de 43 anos, trazer a experiência de alguém que viveu na pele com uma trajetória profissional intensa.”

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Podcast: uma tecnologia em crescimento

Podcast é a mais nova tecnologia em termos de publicação de arquivos de áudio, vídeo e fotos pela internet. Dentre as suas funções, a que a torna bastante atual e avançada é a possibilidade do utilizador do Podcast ter seu arquivo atualizado sem necessariamente acessar a página que o originou na internet, ou seja, através do feed RSS os novos arquivos disponibilizados, sempre em formato digital (MP3, AAC e OGG) são puxados automaticamente para o computador. A nome Podcast é uma junção de outras duas palavras: Ipod, nome dado aos aparelhos tocadores de áudio digital da fabricante de produtos eletrônicos Apple e broadcasting, expressão inglesa que simboliza transmissão de rádio ou TV. O termo Podcast surgiu em setembro do ano de 2004, sendo creditado ao ex-VJ da MTV, Adam Curry, que criou o primeiro agregador de podcast utilizando o applescript. Deixando o código disponível na internet, foi possível a Dave Winner incluir ao podcast o inclosure, tornando seu conceito e funções de fato reais. O Podcast é uma tecnologia que ainda se encontra em expansão, no entanto, é fato que ela contribui significativamente para consolidar ainda mais o conceito tão comentado e discutido de Web 2.0, tornando a Internet mais atual, avançada e sem sombra de dúvidas mais completa e proporcionadora de novas experiências. Aproveitando as possibilidades oferecidas por essa nova forma de transmissão de dados que tem crescido de tal maneira, hoje muitas empresas têm usado a tecnologia para divulgar suas notícias e algumas universidades também tem aderido à iniciativa e já estão disponibilizando aulas e assuntos desta mesma maneira.

sábado, 23 de agosto de 2008

OAF: Educação e Projetos Culturais gratuitos a serviço da população

André Luis Silva Freire

De acordo com especialistas na área sócio-política, a ausência de iniciativas por parte do governo, que visam atender as necessidades do cidadão favoreceram, sobretudo nos últimos anos a criação de diversas ONG’s, voltadas aos mais diversos seguimentos da sociedade, a exemplo de entidades preocupadas com a questão educacional e cultural do país.
Com sede localizada no bairro da Lapinha (Liberdade) e uma filial na Ilha de Itaparica a OAF (Organização de Auxílio Fraterno) entidade sem fins lucrativos oferece é uma delas. A entidade, além de oferecer curso de educação fundamental, promove gratuitamente cursos profissionalizantes para a comunidade de crianças e adolescentes carentes e que se encontram em situação de risco pessoal e social.
Na grande maioria dos casos, essas crianças e até mesmo os pais são encaminhados a OAF, por órgãos oficiais, como Juizado da Criança e o Conselho Tutelar. Dentre as principais dificuldades enfrentadas por essas pessoas e identificadas por quem trabalha no local, a busca por tratamento de saúde, escola, desemprego, falta de condições mínimas de moradia e busca por parentes ou familiares perdidos se evidenciam.
Contudo é na área da educação e cultura que o projeto da OAF é forte e mais reconhecido. De acordo com Guida, psicóloga que trabalha na parte de assessoria da entidade, ao longo desses anos as ações norteadoras da OAF tem sido, acolher, educar e profissionalizar, com o intuito de preparar um melhor futuro para as crianças e jovens que freqüentam ou vivem na instituição. Ela diz ainda que: “O princípio do trabalho fundamenta-se no desenvolvimento de programas que contribuam para a promoção e capacitação profissionais desses jovens e crianças, viabilizando com isso o acesso dos mesmos ao mercado de trabalho”.
No atendimento em educação fundamental, as crianças são levadas a interagir com um mundo em constate modificação, começando pelas novas tecnologias exemplo do computador. Através de parcerias com a Cipó Comunicação Interativa, são oferecidos cursos de informática básica, que visam abrir fronteiras para a inclusão digital, sendo oito turmas aqui em Salvador e oito também em Itaparica. Além disso, a entidade comporta em suas dependências a escola municipal Carlo Novarese para alunos até a 8ª série, que atende cerca de 310 alunos por ano, com ensino integral. Para a mãe de um aluno, Luana Santos a OAF é uma instituição importante para seu filho e para ela, uma vez que se sente segura em deixá-lo na escola durante manhã e tarde. “Deixo ele de manhã, vou trabalhar e no final da tarde, quando estou voltando do trabalho, passo aqui para pegar ele”. Comenta.
No campo profissionalizante os cursos adquirem dupla importância: contribuem para o aprendizado técnico do jovem e ajudam a manter a instituição, com os produtos que são confeccionados nas Oficinas Formação de Jovens e Instrutores, criada no início da década de 90. Nelas os alunos têm a oportunidade de aprender técnicas de marcenaria, metalurgia, serralheria, serigrafia e confecção, produzindo móveis escolares, residenciais, de escritório, hospitalar, vestuário hospitalar, de cama, mesa e banho, fardas e roupas profissionais, além de alimentos, como pães e biscoitos. As oficinas atendem aproximadamente 200 alunos por turno, que alem disso são acompanhados e encaminhados à estágios em agências como o IEL (Instituto Euvaldo Lodi), para que sejam inseridos no mercado de trabalho. Dentre outras coisas, a OAF se responsabiliza ainda por 22 alunos em nível superior custeando todo o curso.

No campo cultural as iniciativas são variadas. Partindo do pressuposto de que a escola é um local de aprendizagem e que isso se dá através dos sentidos, a OAF realiza atividades que contribuam para o desenvolvimento do potencial criativo das crianças e adolescentes. No Atendimento em Atividades de Arte-Educação, como é chamado o projeto foram implantadas várias oficinas para atingir esses objetivos, a exemplo de dança, teatro, artes plásticas, educação física, capoeira, karatê, recreação, literatura, música e fabricação de brinquedos com sucata e madeira. Dentre essas atividades o destaque é para a filarmônica composta por 25 alunos, mas que no momento não está funcionando por motivos financeiros.
Fundada em 1958, pela advogada Dalva Matos a OAF está prestes a completar 50 anos e representa hoje uma das organizações não governamentais mais atuantes no que diz respeito a educação e desenvolvimento da cidadania na cidade. Segundo Guida, a entidade não recebe nenhuma ajuda financeira do governo ou prefeitura. O que existia até pouco tempo era uma parceria com a EBAL (Empresa Baiana de Alimentos), através da qual móveis confeccionados pelos alunos dos cursos técnicos eram vendidos. No entanto, por conta de algumas irregularidades na administração da EBAL todos os convênios foram encerrados, e foi aberta uma CPI. Entre os convênios que em vigor e que foram suspendidos estava o da OAF, que de acordo com Guida perdeu um de seus principais clientes. A assessora diz ainda que o fato abalou muito a instituição em termos financeiros, e que algumas dificuldades provenientes do cancelamento do convênio, já começam a ser notadas como, algumas oficinas profissionalizantes sem professores e uma redução no quadro geral de funcionários, que de 360 caiu para cerca de 110.

Bebidas X Jovens: a família ainda é peça fundamental

Estabelecer um limite para venda de bebidas alcoólicas, no Brasil tem se configurado um verdadeiro desafio para a sociedade e órgãos ligados ao assunto de todo o país. Somente na página da Internet da Câmara dos Deputados Federais, são mais de 480 projetos de leis e ementas que tratam do tema, no entanto, a maioria encontra-se em tramitação ou até mesmo arquivadas.
Em estudo realizado em 2006 pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas e Psicotrópicos (Cebrid), foi revelado que na faixa etária de 12 a 17 anos, 48,3% dos adolescentes tomam bebidas alcoólicas regularmente, sendo que desse percentual 52,2% são de meninos e 44,7% de meninas. A média de idade do primeiro contato com o álcool é de 12,5 anos e o levantamento deixa claro que o uso de bebidas é o passo inicial do jovem no tortuoso caminho da dependência.
Na Bahia, mais especificamente na cidade de Salvador, desde o final do ano de 2006, que é proibida a venda de bebidas alcoólicas, independente de sua concentração, a crianças e adolescentes, conforme previsto no Artigo 81, inciso II, da Lei Federal 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), na Lei Municipal nº 7.107, de 22 de setembro de 2006, e no Decreto nº 16.986, de 27 de novembro de 2006". O estabelecimento que descumprir a lei é notificado e autuado, podendo pagar multa a partir de R$ 500, que é dobrada a cada reincidência, podendo ter a mercadoria apreendida, a casa comercial interditada e o cancelamento da licença de funcionamento.
Outro ponto relevante e que suscita discussões é a publicidade envolvendo as bebidas. Nesse campo, questões como a liberdade de expressão torna o tema ainda mais polêmico, pois alguns acreditam que a publicidade nada tenha a ver com o crescimento do consumo, sobretudo por jovens. Geralmente se apóiam no fato de que as pessoas consomem, porque querem, mas se esquecem que da maneira que tudo é mostrado, principalmente nas mídias eletrônicas há um apelo muito grande e os jovens e adolescentes são os primeiros a ser estimulados. É o que revela um estudo sobre o assunto divulgado nos Estados Unidos. A pesquisa foi realizada nas festas de fim de ano, levando-se em conta que nessa época o consumo de bebidas alcoólicas aumenta. Foram ouvidos quase 2 mil jovens, entre 15 e 26 anos, escolhidos casualmente. O estudo revelou que, para cada propaganda de bebida alcoólica vista por mês, houve um aumento de consumo de 1%. O resultado da pesquisa desmente os argumentos da indústria de bebidas. É o que afirma o pesquisador Leslie Snyder, da University of Connecticut, que conduziu o estudo. As empresas dizem que apenas os adultos que costumam beber são afetados pela propaganda de bebidas alcoólicas. Verificou-se que, para cada dólar por pessoa investido em propaganda, houve um aumento de 3% de consumo. Isso ocorreu especialmente entre os jovens, que se deixam seduzir por uma propaganda onde tudo é lindo e maravilhoso. Na medida em que se aumentou o investimento mensal na publicidade, o consumo alcançou marcas impressionantes: para cada US$ 10 investidos em publicidade de bebidas alcóolicas, o consumo chegou a 50 drinques por mês entre os jovens. A pesquisa da University of Connecticut considerou a publicidade feita em televisão, rádio, revistas e cartazes. O pesquisador Leslie Snyder observa que o resultado do estudo contradiz completamente as afirmações da indústria de bebidas, nas quais os fabricantes asseguram que a publicidade de bebidas alcoólicas atinge somente os adultos com mais de 21 anos.
Pelo visto, essa discussão ainda vai render muito, pois envolvem de um lado a indústria da publicidade, que movimenta sozinha cerca de R$ 30 bilhões por ano e a gigantesca indústria de bebidas que responde por aproximadamente 3,5% do PIB nacional, com lucro anual em torno de R$ 21 bilhões. Do outro lado está a população que muitas vezes fica impotente diante dos acontecimentos, pois seus representantes legais, que teriam meios mais eficazes para intervir em casos como esses, nem sempre tomam as medidas cabíveis. Enfim, a sociedade não pode esperar apenas que medidas tomadas pelo governo resolvam o problema do consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens e adolescentes, mais do que isso ela deve ter consciência de que um bom relacionamento em família é fundamental para que a criança cresça instruída corretamente e tenha caráter o suficiente para dizer não diante do brilho e da idéia de status que é vinculado ao consumo de bebidas por parte da publicidade no Brasil.

André L. S. Freire