Com o objetivo de estudar a relação entre a velocidade e precisão na atividade jornalística, foi que o mestre em comunicação e informação, Demétrio de Azeredo Soster, desenvolveu seu artigo: A Relação entre Velocidade e Precisão em Webjornalismo. Neste trabalho, Soster, define como objeto de estudo, o site UOL Eleições 2002, por se tratar de uma empresa de grande relevância no mercado da Internet do país e por conta do final do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil.
O autor faz um estudo detalhado das matérias publicadas no link do UOL e analisa 551 textos, dos quais, 468 foram utilizadas na pesquisa por apresentarem algum tipo de problema. Destes, os erros mais comuns que foram encontrados se referem a ruídos de linguagem, como falta de acentuação ou erro de digitação, imprecisão jornalística e redundância. De acordo com Soster, esta última pode ser classificada como primária, quando toda a matéria se repete, secundária, quando ocorre repetição de títulos ou textos e terciária, quando ocorre adaptação ainda que parcial de textos já publicados.
Após a apresentação do embasamento teórico é constatado que, tanto na editoria de Últimas Notícias, enquanto na editoria Cobertura Cotidiana a incidência de erros é parecida em termos de números. Porém, alguns erros citados no trabalho colocam a atividade jornalística e seus critérios de desenvolvimento em segundo plano. A esse respeito, Soster cita um texto publicado no dia 06 de outubro de 2002, que trazia no título a informação de o voto do ex-presidente Fernando Collor de Mello seria para Lula, entretanto, no corpo do texto, Soster diz que as informações davam conta de que o voto de Collor seria para Ciro Gomes. Além desse, outros exemplos de erro de concordância, regência e ausência de palavras, que dificultavam o entendimento do texto, são apresentados. Para o autor a quantidade e diversidade de erros são tão grandes que ele cita: “Os dados levantados sugerem a existência de um paradoxo: quando o assunto é webjornalismo, errar parece ser a regra”.
Os erros, é claro, não estão isentos de existência na atividade jornalística, porém são preocupantes à medida que afetam de forma contundente aquilo que o jornalismo construiu ao longo de muito tempo, que é a credibilidade da informação. Soster apresenta dados que constatam que a quantidade de erros estariam relacionados principalmente ao fato de manter o site atualizado em quantidade de matérias, do que com a qualidade das mesmas.
Enfim, os resultados da pesquisa sugerem que, de fato, o jornalismo está diante de um novo tempo e lembram que durante décadas, com o objetivo de abranger o maior número possível de leitores, a profissão desenvolveu mecanismos que se tornaram indispensáveis para se consolidar e atingir seus objetivos. Soster destaca, no entanto que a situação se complica à medida que, ao possibilitar a existência de erros e imprecisões, a velocidade, hoje tão cobrada, até mesmo pelo novo perfil de leitor, acaba por gerar um ambiente que relega a um segundo plano justamente o que vinha alimentando sua credibilidade: o rigor na informação.
André L S Freire.
O autor faz um estudo detalhado das matérias publicadas no link do UOL e analisa 551 textos, dos quais, 468 foram utilizadas na pesquisa por apresentarem algum tipo de problema. Destes, os erros mais comuns que foram encontrados se referem a ruídos de linguagem, como falta de acentuação ou erro de digitação, imprecisão jornalística e redundância. De acordo com Soster, esta última pode ser classificada como primária, quando toda a matéria se repete, secundária, quando ocorre repetição de títulos ou textos e terciária, quando ocorre adaptação ainda que parcial de textos já publicados.
Após a apresentação do embasamento teórico é constatado que, tanto na editoria de Últimas Notícias, enquanto na editoria Cobertura Cotidiana a incidência de erros é parecida em termos de números. Porém, alguns erros citados no trabalho colocam a atividade jornalística e seus critérios de desenvolvimento em segundo plano. A esse respeito, Soster cita um texto publicado no dia 06 de outubro de 2002, que trazia no título a informação de o voto do ex-presidente Fernando Collor de Mello seria para Lula, entretanto, no corpo do texto, Soster diz que as informações davam conta de que o voto de Collor seria para Ciro Gomes. Além desse, outros exemplos de erro de concordância, regência e ausência de palavras, que dificultavam o entendimento do texto, são apresentados. Para o autor a quantidade e diversidade de erros são tão grandes que ele cita: “Os dados levantados sugerem a existência de um paradoxo: quando o assunto é webjornalismo, errar parece ser a regra”.
Os erros, é claro, não estão isentos de existência na atividade jornalística, porém são preocupantes à medida que afetam de forma contundente aquilo que o jornalismo construiu ao longo de muito tempo, que é a credibilidade da informação. Soster apresenta dados que constatam que a quantidade de erros estariam relacionados principalmente ao fato de manter o site atualizado em quantidade de matérias, do que com a qualidade das mesmas.
Enfim, os resultados da pesquisa sugerem que, de fato, o jornalismo está diante de um novo tempo e lembram que durante décadas, com o objetivo de abranger o maior número possível de leitores, a profissão desenvolveu mecanismos que se tornaram indispensáveis para se consolidar e atingir seus objetivos. Soster destaca, no entanto que a situação se complica à medida que, ao possibilitar a existência de erros e imprecisões, a velocidade, hoje tão cobrada, até mesmo pelo novo perfil de leitor, acaba por gerar um ambiente que relega a um segundo plano justamente o que vinha alimentando sua credibilidade: o rigor na informação.
André L S Freire.
Um comentário:
excelente!
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