terça-feira, 11 de novembro de 2008

Igreja do Pilar: Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico em estado de abandono

Fechada há mais de uma década, a igreja não funciona por causa de problemas em suas dependências.


Igreja de Nossa Senhora do Pilar, popularmente conhecida como Igreja de Santa Luzia, localizada na Rua do Pilar, Comércio, há mais de dez anos não tem missas realizadas em suas dependências, devido ao desabamento de uma cimalha (adorno artístico de acabamento do forro). Por conta de problemas em sua estrutura física, a igreja que data do século XVII, quando aqui se instalou a Irmandade do Pilar, tem hoje a missa solene em comemoração ao dia de Santa Luzia (protetora das vistas) realizada do lado de fora, já que a quantidade maciça dos fiéis não seria suportada, no interior da capela.

O estado em que se encontra a fachada do local, revela por si, o abandono pelo qual a igreja passa, mas dificilmente a arquidiocese e os órgãos públicos responsáveis pelo tombamento de edificações e seus acervos artísticos, como o Iphan (Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) dispõe de verbas para obras de restauração de tal magnitude. Segundo a representante da Irmandade de Nossa Senhora do Pilar, Marlene Marques, uma planilha de custos feita pelo Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural) em 2005, revelou que para restauração apenas do forro da nave, deve-se gastar cerca de R$150 mil. “Os fiéis e devotos, juntos com a irmandade clamam por uma ajuda, porque nem condições de fazer um projeto de reforma nós temos, pois ele custaria no mínimo entre R$10 a R$20 mil”, diz.

Foto: André Freire


É na Igreja do Pilar que acontece todos os anos no dia 13 de Dezembro a festa de Santa Luzia, onde uma verdadeira multidão de pessoas, embuídas de fé lavam os olhos na fonte milagrosa. É o caso de dona Marília Santana, 54 anos, e devota desde sua mocidade. Para ela as homenagens à santa não podem faltar. São como uma retribuição pela graça alcançada por sua filha, que quando ainda pequena possuía um sério problema nas vistas. E comenta: “É uma pena ver a igreja no estado em que está”.
Construída em feições neoclassizantes, apresentando ainda características do rococó e torre lateral com terminação a Mansard destaca-se no interior da igreja a talha neoclássica presente no altar. As inúmeras pinturas em tela, atribuídas a José Joaquim da Rocha, no século XVIII e todo o acervo artístico e cultural sacro do templo foi colocado no Museu de Arte Sacra, desde o incidente ocorrido com a cimalha. Como complemento do acervo artístico e arquitetônico do local existem ainda as pinturas do forro da nave central, que são atribuídas a José Teófilo de Jesus, além de um cemitério edificado em 1799, que fica ao lado da igreja.

Um comentário:

Elena Martinez disse...

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