quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cenários e tendências do jornalismo

Introdução

Quando pensamos na questão: “Qual o papel do jornalista?”, podemos responder com certeza que a principal delas é informar a sociedade a respeito dos acontecimentos e fatos ocorridos, sobretudo quando estes são de interesse público. Entretanto, no século XXI, com o advento das novas tecnologias, novas formas de mídia e a supremacia da informatização, o jornalista além de se deter a informar, têm também que saber dominar essas “novidades” que permeiam a profissão.

Breve Histórico

O nascimento da Imprensa nos moldes que temos hoje se deu com a emergência da burguesia e, se consolidou com os aperfeiçoamentos de Gutemberg, juntamente com a visão capitalista da classe, através da qual surgiram organizações que se encarregavam, a partir de então, pela produção jornalística.
Já naquela época o jornalismo enfrentava suas dificuldades, a exemplo da censura por parte da Igreja e do Estado. Teoricamente essa barreira foi vencida, embora algumas situações atuais relembrem o que ocorria no passado. O jornalismo, no entanto, continuou a se desenvolver e ganhar novos rumos, transformando-se de simples difusor de opinião “neutra”, como cita a professora de comunicação social Ruth Reis no seu texto Jornalismo: cenários e tendências, a um complexo campo do conhecimento, ainda no século XIX. “(...) os jornais ingressaram num modelo de financiamento que tirava dos ombros dos seus assinantes o ônus da sobrevivência.” A notícia virava então mercadoria, produto e precisava ter uma normatização mais rigorosa.
Esse novo rumo deu margem às escolas de comunicação para formar jornalistas, algo antes inexistente. Nelas técnicas de pesquisa e narrativa passaram a ser ensinadas, para que começava na profissão e foram importantes para o fortalecimento da figura do jornalista, já que antes a atividade era praticada por aqueles que se achavam aptos para tal.

Qual rumo será tomado?

As mudanças ao longo dos anos foram muitas e como cita Ricardo Noblat, em seu livro “A arte de fazer um jornal diário”, o jornalista que quis se manter teve que se atualizar, aprender a dominar novas tecnologias. Hoje o ciberespaço cresce cada vez mais e se configura como o substituto das tradicionais mídias, até porque a sociedade em que vivemos atualmente é a da hiperinformação, onde os fatos acontecem numa velocidade acelerada, as pessoas se interessam por vários assuntos diferentes e, no entanto, não possuem tempo para se manter na frente de uma televisão ou lendo um jornal. Enfim, buscam uma meio que se ajuste ao seu estilo de vida e se deparam com a Internet (não quero aqui ser um defensor), que consegue comportar essas características.
Qual seria então a função do jornalista nesse novo século? Levando em consideração que com as novas formas de mídia, com destaque para a Internet, a informação fica disponível a todos que a ela tem acesso, o jornalista parece de fato perder a força, uma vez que, qualquer um pode colher a informação e lança-la na rede. Todavia, um fator importantíssimo na relação jornalismo e sociedade é a confiança, além da credibilidade que o jornalista alcança perante o público. Sendo assim, ainda que a informação se torne cada vez mais de fácil acesso, a população de maneira geral ainda buscará aquele veículo que tem legado ou bagagem suficiente para informar determinado assunto. Cabe, por tanto, ao jornalista se especializar, se atualizar e se interessar pelos novos aparatos tecnológicos, pois o seu papel não mudou. O que tem mudado são suas ferramentas, mas sua principal função (creio eu), continua sendo a de informar a população aquilo que lhe é de interesse, sempre com compromisso com a verdade e respeitando os códigos da profissão.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Caco Barcellos faz palestra na UFBA

A última quarta-feira (22/10) foi marcada pelo encontro entre estudantes e o repórter e apresentador do programa Profissão Repórter, da Rede Globo de Televisão Caco Barcellos. A palestra que contava na sua maioria com a presença de estudantes do curso de jornalismo, com algumas exceções é claro, aconteceu no salão central da reitoria da Universidade Federal da Bahia – UFBA, no bairro do Canela.
O tema desenvolvido foi a Cultura da Violência, através do qual, Barcellos apresentou números e estatísticas que mostram uma violência praticada na sua grande maioria por pessoas teoricamente “comuns”, a exemplo dos casos mostrados pela mídia envolvendo Pimenta Neves, Alexandre Nardoni e mais recentemente de Lindemberg Alves. Segundo Barcellos apenas 2% dos crimes de morte praticados nas grandes cidades do país, são cometidos pelos bandidos. E os outros 98% ? Estes são atribuídos a pessoas que convivem normalmente em sociedade, mas pelo fato da violência ser algo já enraizado na nossa cultura, não nos damos conta do quanto que matamos, no trânsito, por exemplo ou por outro motivo qualquer, como ciúme, nervosismo, intolerância, etc.
O evento realizado pela Produtora Jr., empresa júnior de comunicação da UFBA, em parceria com a Souza Cruz contou ainda com a presença das professoras da Faculdade de Comunicação da UFBA (FACOM) Malu Fontes e Heloísa Gerbasi, além da gerente de Responsabilidade Social da Souza Cruz, Simone Veltri, que deram as boas vindas aos participantes.
Apesar do atraso, por conta de problemas no vôo de Caco Barcellos (o evento estava previsto para começar as 19h30, mas só foi iniciado de fato quase 20h30), o encontro foi válido, não somente pela simpatia do convidado especial, que pediu desculpas pela demora, mas também pela capacidade apresentada por ele de conduzir a platéia de forma bastante natural, apresentando novas perspectivas e fazendo críticas pertinentes a respeito do assunto proposto.

domingo, 19 de outubro de 2008

Eleições em Salvador



O dia 5 de outubro desse ano foi marcado pelas eleições municipais em todo país. Em Salvador, desde sábado, dia que antecedeu a votação, o que mais se viu foram carreatas, panfletagens e campanhas corpo à corpo. Eram os candidatos apostando suas últimas fichas, para ver quem sairia vitorioso. Na região metropolitana, mais especificamente em Itinga, em proporções bem menores, porém não menos barulhenta e suja a campanha também era bastante agitada, sobretudo entre os candidatos à prefeitura de Lauro de Freitas, Roberto Muniz (PP) e Moema (PT).
Voltando à Salvador, os eleitores tiveram um universo de candidatos para fazerem suas escolhas. Só entre os vereadores foram mais de 1600 candidatos, além dos cinco que disputaram a prefeitura. A preferência pelos vereadores variava de acordo com os bairros. Em Cajazeiras, por exemplo, as opções em variadas, porém notava-se uma leve vantagem dos candidatos à Câmara Municipal, Alfredo Mangueira (PMDB), Jorge Jambeiro (PSDB) e Sidelvan Nóbrega (PRB). Entre os prefeitos, no entanto, notava-se que a disputa seria acirrada. Os eleitores se dividiam, principalmente entre João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT).
Como já era de se esperar, no caminho que dava acesso aos principais colégios eleitorais da região muita “boca de urna” e ninguém para fiscalizar. Em determinados pontos a aglomeração era tão grande que o tráfego, tanto de carros como de pedestres se tornou lento. Muita gente preferiu votar cedo, como a dona-de-casa Dalva Silva. Segundo ela a vantagem de se votar logo pela manhã é que além de evitar as grandes filas, o eleitor não passa os transtornos de deixar o voto para o final do dia.
Entretanto, para algumas pessoas, como o mesário Antonio Carlos Dias, que exerce a função desde as eleições de 2002, o movimento ainda era fraco diante do eleitorado do bairro. “A gente sabe que sempre tem aqueles que deixam pra fazer tudo em cima da hora. Já é natural do brasileiro.”, comentou. Confirmando a opinião de Carlos, de acordo com a policia militar, que estava fazendo a ronda no local, o fluxo de eleitores a tarde, provavelmente seria muito maior. Mas não foi o que se viu. Próximo das 17h, horário estabelecido para término das votações, as seções estavam tranqüilas e ruas sem aglomerações. Para a vendedora ambulante Carmen Santos, que esteve presente durante todo o dia em frente o Colégio Estadual Dona Leonor Calmon, situado na Fazenda Grande II, a população se dividiu bem. “Houve movimento durante todo o dia, tanto que a mercadoria que trouxe vendi praticamente toda.”, informa.
Encerrada a votação, foi possível ver muitas pessoas comentarem suas preferência como os possíveis vencedores, mas no fundo notava-se uma expectativa para saber, de fato quem foram os candidatos mais votados. Por volta das 23h o site Yahoo Eleições divulgava que entre os vereadores mais votados estava Alan Sanches (PMDB), Sidelvan Nóbrega (PRB) e para a surpresa de muita gente, Alecsandro de Souza Santos (PR), ou melhor, Leo Kret do Brasil. Na corrida pela prefeitura João Henrique (PMDB) liderava a disputa com mais de 402 mil votos computados, seguido de Walter Pinheiro (PT) com quase 391 mil votos, ACM Neto (DEM) com pouco mais de 345 mil votos, além de Antonio Imbassahy (PSDB) e Hilton Coelho (PSOL), que juntos não somavam nem 160 mil votos.
A apuração revelou, sem dúvida, uma eleição muito disputada entre os candidatos a prefeito, se comparada a outras cidades do país. Refletindo esse equilíbrio João Henrique (PMDB) e Walter Pinheiro (PT) irão para o segundo turno e terão mais alguns dias para adquirir a preferência de uma outra parte do eleitorado, a fim de conquistar o troféu dessas eleições, que mais parece um campeonato: a cidade do Salvador.