quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Podcast: uma tecnologia em crescimento

Podcast é a mais nova tecnologia em termos de publicação de arquivos de áudio, vídeo e fotos pela internet. Dentre as suas funções, a que a torna bastante atual e avançada é a possibilidade do utilizador do Podcast ter seu arquivo atualizado sem necessariamente acessar a página que o originou na internet, ou seja, através do feed RSS os novos arquivos disponibilizados, sempre em formato digital (MP3, AAC e OGG) são puxados automaticamente para o computador. A nome Podcast é uma junção de outras duas palavras: Ipod, nome dado aos aparelhos tocadores de áudio digital da fabricante de produtos eletrônicos Apple e broadcasting, expressão inglesa que simboliza transmissão de rádio ou TV. O termo Podcast surgiu em setembro do ano de 2004, sendo creditado ao ex-VJ da MTV, Adam Curry, que criou o primeiro agregador de podcast utilizando o applescript. Deixando o código disponível na internet, foi possível a Dave Winner incluir ao podcast o inclosure, tornando seu conceito e funções de fato reais. O Podcast é uma tecnologia que ainda se encontra em expansão, no entanto, é fato que ela contribui significativamente para consolidar ainda mais o conceito tão comentado e discutido de Web 2.0, tornando a Internet mais atual, avançada e sem sombra de dúvidas mais completa e proporcionadora de novas experiências. Aproveitando as possibilidades oferecidas por essa nova forma de transmissão de dados que tem crescido de tal maneira, hoje muitas empresas têm usado a tecnologia para divulgar suas notícias e algumas universidades também tem aderido à iniciativa e já estão disponibilizando aulas e assuntos desta mesma maneira.

sábado, 23 de agosto de 2008

OAF: Educação e Projetos Culturais gratuitos a serviço da população

André Luis Silva Freire

De acordo com especialistas na área sócio-política, a ausência de iniciativas por parte do governo, que visam atender as necessidades do cidadão favoreceram, sobretudo nos últimos anos a criação de diversas ONG’s, voltadas aos mais diversos seguimentos da sociedade, a exemplo de entidades preocupadas com a questão educacional e cultural do país.
Com sede localizada no bairro da Lapinha (Liberdade) e uma filial na Ilha de Itaparica a OAF (Organização de Auxílio Fraterno) entidade sem fins lucrativos oferece é uma delas. A entidade, além de oferecer curso de educação fundamental, promove gratuitamente cursos profissionalizantes para a comunidade de crianças e adolescentes carentes e que se encontram em situação de risco pessoal e social.
Na grande maioria dos casos, essas crianças e até mesmo os pais são encaminhados a OAF, por órgãos oficiais, como Juizado da Criança e o Conselho Tutelar. Dentre as principais dificuldades enfrentadas por essas pessoas e identificadas por quem trabalha no local, a busca por tratamento de saúde, escola, desemprego, falta de condições mínimas de moradia e busca por parentes ou familiares perdidos se evidenciam.
Contudo é na área da educação e cultura que o projeto da OAF é forte e mais reconhecido. De acordo com Guida, psicóloga que trabalha na parte de assessoria da entidade, ao longo desses anos as ações norteadoras da OAF tem sido, acolher, educar e profissionalizar, com o intuito de preparar um melhor futuro para as crianças e jovens que freqüentam ou vivem na instituição. Ela diz ainda que: “O princípio do trabalho fundamenta-se no desenvolvimento de programas que contribuam para a promoção e capacitação profissionais desses jovens e crianças, viabilizando com isso o acesso dos mesmos ao mercado de trabalho”.
No atendimento em educação fundamental, as crianças são levadas a interagir com um mundo em constate modificação, começando pelas novas tecnologias exemplo do computador. Através de parcerias com a Cipó Comunicação Interativa, são oferecidos cursos de informática básica, que visam abrir fronteiras para a inclusão digital, sendo oito turmas aqui em Salvador e oito também em Itaparica. Além disso, a entidade comporta em suas dependências a escola municipal Carlo Novarese para alunos até a 8ª série, que atende cerca de 310 alunos por ano, com ensino integral. Para a mãe de um aluno, Luana Santos a OAF é uma instituição importante para seu filho e para ela, uma vez que se sente segura em deixá-lo na escola durante manhã e tarde. “Deixo ele de manhã, vou trabalhar e no final da tarde, quando estou voltando do trabalho, passo aqui para pegar ele”. Comenta.
No campo profissionalizante os cursos adquirem dupla importância: contribuem para o aprendizado técnico do jovem e ajudam a manter a instituição, com os produtos que são confeccionados nas Oficinas Formação de Jovens e Instrutores, criada no início da década de 90. Nelas os alunos têm a oportunidade de aprender técnicas de marcenaria, metalurgia, serralheria, serigrafia e confecção, produzindo móveis escolares, residenciais, de escritório, hospitalar, vestuário hospitalar, de cama, mesa e banho, fardas e roupas profissionais, além de alimentos, como pães e biscoitos. As oficinas atendem aproximadamente 200 alunos por turno, que alem disso são acompanhados e encaminhados à estágios em agências como o IEL (Instituto Euvaldo Lodi), para que sejam inseridos no mercado de trabalho. Dentre outras coisas, a OAF se responsabiliza ainda por 22 alunos em nível superior custeando todo o curso.

No campo cultural as iniciativas são variadas. Partindo do pressuposto de que a escola é um local de aprendizagem e que isso se dá através dos sentidos, a OAF realiza atividades que contribuam para o desenvolvimento do potencial criativo das crianças e adolescentes. No Atendimento em Atividades de Arte-Educação, como é chamado o projeto foram implantadas várias oficinas para atingir esses objetivos, a exemplo de dança, teatro, artes plásticas, educação física, capoeira, karatê, recreação, literatura, música e fabricação de brinquedos com sucata e madeira. Dentre essas atividades o destaque é para a filarmônica composta por 25 alunos, mas que no momento não está funcionando por motivos financeiros.
Fundada em 1958, pela advogada Dalva Matos a OAF está prestes a completar 50 anos e representa hoje uma das organizações não governamentais mais atuantes no que diz respeito a educação e desenvolvimento da cidadania na cidade. Segundo Guida, a entidade não recebe nenhuma ajuda financeira do governo ou prefeitura. O que existia até pouco tempo era uma parceria com a EBAL (Empresa Baiana de Alimentos), através da qual móveis confeccionados pelos alunos dos cursos técnicos eram vendidos. No entanto, por conta de algumas irregularidades na administração da EBAL todos os convênios foram encerrados, e foi aberta uma CPI. Entre os convênios que em vigor e que foram suspendidos estava o da OAF, que de acordo com Guida perdeu um de seus principais clientes. A assessora diz ainda que o fato abalou muito a instituição em termos financeiros, e que algumas dificuldades provenientes do cancelamento do convênio, já começam a ser notadas como, algumas oficinas profissionalizantes sem professores e uma redução no quadro geral de funcionários, que de 360 caiu para cerca de 110.

Bebidas X Jovens: a família ainda é peça fundamental

Estabelecer um limite para venda de bebidas alcoólicas, no Brasil tem se configurado um verdadeiro desafio para a sociedade e órgãos ligados ao assunto de todo o país. Somente na página da Internet da Câmara dos Deputados Federais, são mais de 480 projetos de leis e ementas que tratam do tema, no entanto, a maioria encontra-se em tramitação ou até mesmo arquivadas.
Em estudo realizado em 2006 pela Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas e Psicotrópicos (Cebrid), foi revelado que na faixa etária de 12 a 17 anos, 48,3% dos adolescentes tomam bebidas alcoólicas regularmente, sendo que desse percentual 52,2% são de meninos e 44,7% de meninas. A média de idade do primeiro contato com o álcool é de 12,5 anos e o levantamento deixa claro que o uso de bebidas é o passo inicial do jovem no tortuoso caminho da dependência.
Na Bahia, mais especificamente na cidade de Salvador, desde o final do ano de 2006, que é proibida a venda de bebidas alcoólicas, independente de sua concentração, a crianças e adolescentes, conforme previsto no Artigo 81, inciso II, da Lei Federal 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), na Lei Municipal nº 7.107, de 22 de setembro de 2006, e no Decreto nº 16.986, de 27 de novembro de 2006". O estabelecimento que descumprir a lei é notificado e autuado, podendo pagar multa a partir de R$ 500, que é dobrada a cada reincidência, podendo ter a mercadoria apreendida, a casa comercial interditada e o cancelamento da licença de funcionamento.
Outro ponto relevante e que suscita discussões é a publicidade envolvendo as bebidas. Nesse campo, questões como a liberdade de expressão torna o tema ainda mais polêmico, pois alguns acreditam que a publicidade nada tenha a ver com o crescimento do consumo, sobretudo por jovens. Geralmente se apóiam no fato de que as pessoas consomem, porque querem, mas se esquecem que da maneira que tudo é mostrado, principalmente nas mídias eletrônicas há um apelo muito grande e os jovens e adolescentes são os primeiros a ser estimulados. É o que revela um estudo sobre o assunto divulgado nos Estados Unidos. A pesquisa foi realizada nas festas de fim de ano, levando-se em conta que nessa época o consumo de bebidas alcoólicas aumenta. Foram ouvidos quase 2 mil jovens, entre 15 e 26 anos, escolhidos casualmente. O estudo revelou que, para cada propaganda de bebida alcoólica vista por mês, houve um aumento de consumo de 1%. O resultado da pesquisa desmente os argumentos da indústria de bebidas. É o que afirma o pesquisador Leslie Snyder, da University of Connecticut, que conduziu o estudo. As empresas dizem que apenas os adultos que costumam beber são afetados pela propaganda de bebidas alcoólicas. Verificou-se que, para cada dólar por pessoa investido em propaganda, houve um aumento de 3% de consumo. Isso ocorreu especialmente entre os jovens, que se deixam seduzir por uma propaganda onde tudo é lindo e maravilhoso. Na medida em que se aumentou o investimento mensal na publicidade, o consumo alcançou marcas impressionantes: para cada US$ 10 investidos em publicidade de bebidas alcóolicas, o consumo chegou a 50 drinques por mês entre os jovens. A pesquisa da University of Connecticut considerou a publicidade feita em televisão, rádio, revistas e cartazes. O pesquisador Leslie Snyder observa que o resultado do estudo contradiz completamente as afirmações da indústria de bebidas, nas quais os fabricantes asseguram que a publicidade de bebidas alcoólicas atinge somente os adultos com mais de 21 anos.
Pelo visto, essa discussão ainda vai render muito, pois envolvem de um lado a indústria da publicidade, que movimenta sozinha cerca de R$ 30 bilhões por ano e a gigantesca indústria de bebidas que responde por aproximadamente 3,5% do PIB nacional, com lucro anual em torno de R$ 21 bilhões. Do outro lado está a população que muitas vezes fica impotente diante dos acontecimentos, pois seus representantes legais, que teriam meios mais eficazes para intervir em casos como esses, nem sempre tomam as medidas cabíveis. Enfim, a sociedade não pode esperar apenas que medidas tomadas pelo governo resolvam o problema do consumo de bebidas alcoólicas por parte dos jovens e adolescentes, mais do que isso ela deve ter consciência de que um bom relacionamento em família é fundamental para que a criança cresça instruída corretamente e tenha caráter o suficiente para dizer não diante do brilho e da idéia de status que é vinculado ao consumo de bebidas por parte da publicidade no Brasil.

André L. S. Freire