O estado em que se encontra a fachada do local, revela por si, o abandono pelo qual a igreja passa, mas dificilmente a arquidiocese e os órgãos públicos responsáveis pelo tombamento de edificações e seus acervos artísticos, como o Iphan (Instituo do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) dispõe de verbas para obras de restauração de tal magnitude. Segundo a representante da Irmandade de Nossa Senhora do Pilar, Marlene Marques, uma planilha de custos feita pelo Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural) em 2005, revelou que para restauração apenas do forro da nave, deve-se gastar cerca de R$150 mil. “Os fiéis e devotos, juntos com a irmandade clamam por uma ajuda, porque nem condições de fazer um projeto de reforma nós temos, pois ele custaria no mínimo entre R$10 a R$20 mil”, diz.
Foto: André Freire
É na Igreja do Pilar que acontece todos os anos no dia 13 de Dezembro a festa de Santa Luzia, onde uma verdadeira multidão de pessoas, embuídas de fé lavam os olhos na fonte milagrosa. É o caso de dona Marília Santana, 54 anos, e devota desde sua mocidade. Para ela as homenagens à santa não podem faltar. São como uma retribuição pela graça alcançada por sua filha, que quando ainda pequena possuía um sério problema nas vistas. E comenta: “É uma pena ver a igreja no estado em que está”.
Construída em feições neoclassizantes, apresentando ainda características do rococó e torre lateral com terminação a Mansard destaca-se no interior da igreja a talha neoclássica presente no altar. As inúmeras pinturas em tela, atribuídas a José Joaquim da Rocha, no século XVIII e todo o acervo artístico e cultural sacro do templo foi colocado no Museu de Arte Sacra, desde o incidente ocorrido com a cimalha. Como complemento do acervo artístico e arquitetônico do local existem ainda as pinturas do forro da nave central, que são atribuídas a José Teófilo de Jesus, além de um cemitério edificado em 1799, que fica ao lado da igreja.